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Lojas Precisam Medir Impactos Para o Ambiente

nov142013

 Valor Econômico – 13/05/2013

 

 Empresas, grandes ou pequenas, são hoje dependentes de uma cadeia extensa de fornecedores ao redor do mundo. Daí a importância de se ter uma visão integrada dos impactos ambientais provenientes de um ciclo produtivo, avalia Carlos Rossin, diretor da PwC. Segundo ele, valorar o impacto ambiental de uma empresa ajuda a responder questões vitais do negócio, bem como a reduzir riscos e custos. “Sem a mensuração, o impacto não pode ser gerido e consequentemente ser reduzido”, disse Rossin, em palestra no painel sobre Parcerias: Relação Indústria-Varejo – Cadeia buscando soluções conjuntas, no congresso da Apas.

 

O consultor da PwC citou o exemplo da Puma, que projeta e desenvolve calçados, vestuário e acessórios esportivos, presente em 120 países, com mais de 11 mil funcionários. A empresa contratou a PwC para fazer uma avaliação dos impactos ambientais e constatou que o principal, algo em torno de 60%, é proveniente dos fornecedores de recursos naturais (pecuaristas, produtores de algodão etc), seguido pelos fornecedores de matéria-prima, como couro e óleos (19%). “É importante entender como opera toda a cadeia produtiva”, diz Rossin. “A maneira de quantificar os impactos ambientais ajudou a Puma a tomar ações decisivas para mitigar os efeitos desses impactos”, destacou.

 

Na avaliação da PwC, cabe às empresas analisar os impactos ambientais diretos e indiretos decorrentes de um produto ou serviço, desde a sua concepção mercadológica, planejamento, extração e uso de matérias-primas, gasto de energia, transformação industrial, transporte, consumo, até o consumidor final. No caso das empresas do setor de varejo, a distribuição de produtos deve ser o foco. “É fundamental a avaliação de uma edificação, de um supermercado, ao longo do seu ciclo de vida – desde a sua construção, período de uso e demolição”, diz ele.

 

A impressão inicial, segundo Rossin, é de que os maiores impactos no setor estão na fase de construção e demolição. Contudo, é na fase de utilização que estão os agravantes. Por isso, é essencial dar atenção especial ao design, responsável no final de tudo pela sustentabilidade das edificações. Na área de energia elétrica, um item que vem sendo incorporado pelas empresas é o sistema Leed (Leadership in Energy & Environmental Design), criado pelo Green Building Coucil (GBC) para definir padrões de sustentabilidade em construções e planejamento urbano.

 

Questões relativas a saneamento básico e saúde, de acordo com Rossin, também ocupam hoje um patamar elevado na consciência da população. “A análise do ciclo de vida dos produtos e a política de resíduos sólidos vão consolidar uma distribuição responsável no setor varejista”, diz Rossin. “Institui a responsabilidade compartilhada, abrangendo fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e os consumidores.